Tiroteios no meio da rua,
Dissemos que a guerra terminou mas os nossos actos mostram que ela continua,
Guerreamos contra políticos corruptos, guerreamos contra mentes danificadas,
Guerreamos contra tudo mas ao fim do dia não guerreamos contra nada,
Porque estamos conformados como essa paz disfarçada,
Lutamos mas até agora não vejo a paz que nos foi deixada como herança,
Porque o povo vive faminto de vida, alimentando-se somente da esperança,
A condenação da pobreza de um homem é dado a ele enquanto criança,
Eu sei que isso não é paz pois a paz é mansa,
Eu vejo sangue derramado em todo lado,
E temo voltar ao sofrimento do passado,
Vejo que existe dissensão entre pai e filho, avo e neto,
O único laço que existe entre nós é o sangue, já não existe afecto,
Agora cada um vive no seu canto,
Cada um se contem com o seu pranto,´
Eu fui dormir no mundo apaziguado e acordei a esse espanto,
A esse terror, a essa infelicidade,
A esse horror, a essa incapacidade,
A essa paz que não passa de um fantasma social,
Começou bem mas agora se encontra muito mal,
Ensinaram-nos que sempre fomos ricos mas eu nunca vi riqueza,
Mas mesmo pobres roubamos a nossa própria pobreza,
Subtraímos dos outros para aumentar no que é nosso,
Não sabendo que eles também se encontram com a corda no pescoço,
Acordam de manhã bem cedo e deitam-se de madrugada,
Mas no fim do mês eles não têm nada,
Porque o vencimento do seu suor é roubado,
Esforçando-os a recorrer a empréstimos e a dívidas,
E isso dissolve as suas vidas ainda mais,
Elas se tornam ainda mais transparente,
Pois a vida passa a ser somente de magoa e feridas,
E morrem nunca vendo essa situação revertida,
Mas eles encontram a força de viver por causa do sorriso dos seus filhos,
Que andam inocentes e com os olhos cheios de brilho,
A nossa nação esta cheia de divergências e dissensões,
Pois a ciência nos manda manter a nossa mente longe das nossas corações,
A nossa capacidade intelectual,
Esta a ser afastada cada vez mais da nossa emocional e espiritual,
Agora somos somente animais com raciocino,
E é esse direito de ter personalidade que nos dá característica de assassino,
Falamos de paz enquanto tiramos a vida dos nosso irmãos,
Falamos de paz enquanto a nossa consciência ainda guerreia com o nosso coração,
Falamos de paz enquanto há sofrimento no meio do nosso povo,
A guerra não acabou pois o inimigo ainda existe,
Poi ele se encontra do outro lado do espelho e isso deixa-me triste,
O nosso inimigo passou a ter uma nova cara,
A guerra é contra o irmão a quem nosso coração amara,
Agora nós próprios nos consolamos,
Quando choramos,
Pois não confiamos nas pessoas a quem um dia amamos,
A vida passou a ser somente um conflito de interesse,
Agora o nosso foco só esta na economia, tecnologia e globalização,
E não temos noção de como isso afectará a geração vindoura,
Se não agirmos agora,
Agora já não somos humanos somos seres transformados,
Sádicos, suicidas e homicidas,
Fizemos o que podemos para acabar com uma vida,
Pois estamos frustrados por não saber o valor do sangue derramado,
Dos nossos antepassados,
Nos encontramos presos nesse colonialismo moderno,
E somente Deus pode nos livrar desse inferno,
Oiço falar de paz mas só vejo guerra,
E temos que agir agora se não esse fantasma social aniquilará a presente era.
Escrito Pelo: Stelson Gourgel
Agradeço a Deus pelas palavras
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